Especialistas da Anvisa dão orientações que vão desde exigir nota fiscal na farmácia até reconhecer uma embalagem falsificada
A possibilidade de comprar um medicamento falso é razão suficiente para tirar o sono de qualquer pessoa. Alguns mecanismos, porém, ajudam a garantir ao consumidor que ele está adquirindo um produto original. Um deles é a chamada ‘raspadinha’: um campo na embalagem que, ao ser raspado com uma moeda, expõe a palavra ‘qualidade’ e a logomarca do fabricante. Se as inscrições não existirem, o remédio é falsificado.
Mas essa não é a única recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Medicamento se compra em farmácia de confiança, com nota fiscal, porque você pode voltar e exigir a garantia do produto. O consumidor pode processar a farmácia”, diz o presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), Luiz Paulo Barreto. “O consumidor, quando compra um CD, DVD ou bolsa pirata, sabe que é pirata. Já o remédio, ele não sabe. Se soubesse, não compraria”, afirma.
Verificar se a farmácia tem os registros necessários e um farmacêutico responsável é mais uma segurança para o consumidor, afirma José Luis Miranda Maldonado, assessor técnico do Conselho Federal de Farmácia (CFF). “A pessoa deve pedir para ser atendida pelo farmacêutico. Ele é capaz, por exemplo, de distinguir entre um remédio falso e verdadeiro. E pode ser punido até com a perda do registro caso peque por omissão”. Segundo a Anvisa, o paciente deve ficar atento: se o medicamento com o qual está acostumado deixar de fazer efeito, deve procurar imediatamente o médico. Importante observar ainda se características como cor e odor da medicação estão alteradas.
Como O DIA mostrou domingo, as apreensões de remédios irregulares no Brasil aumentaram 315% de 2005 a 2008. O mais grave é que as falsificações têm chegado a farmácias e, às vezes, a hospitais.
EFEITOS COLATERAIS
São anti-hipertensivos, calmantes e até medicamentos contra o câncer — como o Glivec, que em 2007 teve lote falso entregue a hospitais. O DIA também mostrou com exclusividade que quadrilhas de traficantes de drogas estão se especializando na falsificação de remédios: em 2007 e 2008, 7% dos veículos apreendidos com medicamentos ilegais tinham munição, armas e drogas, segundo o Ministério da Justiça.
O DIA revelou que, para enganar doentes e evitar denúncias, quadrilhas usam substâncias que simulam os efeitos colaterais dos remédios originais.
Itens para verificar nas caixas
Presença da data de validade
Nome do produto bem impresso e legível.
Ausência de rasgos, rasuras ou letras apagadas/raspadas.
Nome do farmacêutico responsável pela fabricação e número de inscrição no Conselho Regional de Farmácia. O registro do profissional deve ser do mesmo estado em que a fábrica está instalada.
Número do registro do remédio no Ministério da Saúde
Número do lote impresso na parte de fora da caixa deve ser igual ao que vem no frasco ou na cartela interna.
‘Raspadinha’: toda embalagem tem campo que, raspado, mostra a palavra 'qualidade' e o nome do laboratório.
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