Especial

A partir dessa matéria começa uma séries de pautas especiais que traremos para você que acompanha o blog. foi um momento especial que vive ao lado de um dos ícones da cultural de raíz iguatu, falo de Ana da Galiléia, uma figura simpática que tem o dom comandar há mais de 19 anos o Pastoril da Gameleira.



Ana da Galiléia e o Pastoril da Gameleira
Wandenberg Belém 

O Pastoril integra o ciclo das festas natalinas do Nordeste, é um dos principais espetáculos nordestinos que celebra o nascimento de Jesus Cristo. Um folguedo popular dramático de origem européia, que sempre é apresentado entre o Natal e a Festa de Reis. Diversos personagens, entre as quais as pastoras, cantam e tocam maracá, entre outros como os três Reis Magos, elementos da natureza, anjos, borboletas e índios entram na trama. Essa tradição cultural é bem variada dependendo de cada Estado, cidade ou Região.
Em Iguatu, no último dia 06 de janeiro, no Sítio Gameleira, como faz há19 anos, Ana da Galiléia Sarmento Serra, mais uma fez pôde agraciar sua comunidade com uma linda apresentação do Pastoril, representado pela dramatização da “Lapinha”.
De origem religiosa, também é denominado Presépio. Como podemos comprovar é um espetáculo de encher os olhos, além do que é um verdadeiro resgate da cultura popular brasileira. Crianças, jovens e adultos celebrando o nascimento de Jesus.
Dona Galiléia, pode se dizer que é um dos ícones da cultura local, nem os seus 73 anos de idade, fazem com que ela aparente um cansaço. Está ali ativa organizando tudo, reclamando de uma pequena danação de umas das crianças, abraçando outra. Arrumando as vestimentas deles e assim vai, fazendo todos os preparativos para que tudo sair como o ensaiado diversas vezes durante o ano.
Apesar da falta de incentivo financeiro tanto de ordem pública como privada. Nos últimos quatro anos, principalmente no início da gestão do prefeito Agenor Neto, seu trabalho que antes era desenvolvido no anonimato, ganhou uma maior divulgação. Já se apresentaram em praça pública, em eventos da igreja católica e recentemente no mês de dezembro, o grupo formado por 17 integrantes esteve se apresentando Fortaleza, capital cearense, no Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar. Para ela este foi um grande reconhecimento de todos esses anos dedicados a desenvolver a cultura brasileira.
“Eu me envolvi com o Pastoril quando eu era professora, em 1992. Brinquei muito lapinha quando era criança, com minhas tias, minhas irmãs. Depois foi se acabando. Mas na década de 90 resolvi reativar”, relembrou citando momentos do início de sua vida com o envolvimento dessa cultura. “Ainda em 92 eu formei um grupo de dança na escola, por sinal se apresentando por duas vezes na TV Educativa, com Pau de Fitas, Dança do coco, peneirou xerém, maracatu, alecrim do campo e bumba-meu-boi. Essa apresentação foi justamente quando da segunda visita do Papa João Paulo II em Fortaleza. Depois fizemos na televisão a Coroação de Nossa Senhora. Daí fui me envolvendo cada vez mais, criando mais gosto e estou até hoje”, disse.
Há pouco mais de três anos, as apresentações do pastoril ganharam um destaque maior no meio cultural, mesmo que de forma ainda tímida vale ressaltar a preocupação dos gestores da cultural com a divulgação e resgate dessa atividade. Durante a programação do Iguatu Natal de Luz, o grupo esteve se apresentando em praça pública, quando conseguiu arrancar o aplauso do público presente. “Foi na administração do prefeito Agenor Neto, quando ele foi fazer o primeiro Iguatu Festeiro que ele divulgou o grupo. Na época Helder Montenegro, que era secretário de cultura, se entusiasmou e nos entusiasmou ainda mais e continuamos o trabalho. Hoje já se apresentamos na Região, já estivemos na cidade do Crato, e agora em Fortaleza. Antes ficávamos só por aqui mesmo na Gameleira, nas comunidades vizinhas, nas escolas, igrejas. Lembro que uma vez se apresentamos na igreja quando dom Mauro ainda era bispo”, complementou falando da emoção de estarem se apresentando para um grande público no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Para Galiléia, todas as apresentações que já foram realizadas foram importantes, mas sempre que se apresentam na igreja, e agora essa participação em Fortaleza, foi um dos momentos mais marcantes para todos. “foi uma coisa muito especial, não pela minha pessoa, mas vejo pelas crianças, que na maioria são carentes, e não sabiam nem que rumo era Fortaleza. Fomos muito bem aceitos por todos, recebemos muitos aplausos, acho que durante toda a vida esse foi um dos pontos mais altos. Porque o sucesso não é meu, é das crianças, são eles que cantam e se apresentam”, completa.
Viver de cultura no interior do Ceará, não é fácil, a inda mais sem nenhuma expectativa de apoio futuro, por isso assim muitas tradições como o Pastoril podem acabar. E essa indagação é afirmada por ela, que ressalta que se ainda fosse mais jovem seria mais valorizada pelo trabalho exercido, porque teria mais entusiasmo de correr atrás de apoio e parceiros para o grupo. A falta de divulgação para atrair novos brincantes, apesar de escolas da rede do município já demonstrarem interesse em continuar a divulgação dessa arte, essa brincadeira corre o risco de acabar. Mas Galiléia diz que é preciso divulgar e incentivar a pratica do Pastoril dentro das escolas. “além da falta de estímulos dos brincantes, por seus diversos motivos. Se a secretaria de Cultura quisesse fazer uma divulgação mais ampla, eu acho que se tornaria mais fácil de conquistar espaço e a valorização para o grupo. Mesmo um pouco abafado, a nossa divulgação já se expandiu mais. O meu entusiasmo é simplesmente, unicamente alegrar, tornar feliz a criançada. Não deixar eles irem para uma vida mais devassa. E vejo que a gente fazendo isso, já vai tirando essas crianças de algo que é nocivo para elas”, finalizou Ana da Galiléia. 

 Especial: 100 anos de Patativa do Assaré - O passáro encantado

A partir de amanhã, 01 de março o pequeno muicípio de Assaré, localizado aqui no Ceará entra em festa. O motivo maior é comemorar o aniversário de 100 anos de nascimento do seu filho ilustre, o poeta Patativa. Um ícone da cultura popular brasileira. Patativa já voou para a eternidade, mas seus cantos continuam vivos ecoando por esse mundo a fora. Um figura que parace permanece aindo viva entre nós. Canta Patativa que estaremos aqui sempre atentos a ouvir tua canção, rimas e poemas, que sempre traz no seu conteúdo uma lição de como se viver melhor. Respeitando a natureza, o próximo, a vida. Hoje íniciamos esta série especial em homenagem aos 100 anos de nascimento de Patativa do Assaré - O passáro encantado.
Pseudônimo - Patativa do Assaré era o nome artístico de Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu em 5 de março de 1909, na cidade de Assaré (Ceará). É um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina. Sua obra ainda permanece viva está "encantado"em nosso meio. Patativa faleceu em 8 de julho de 2002.
A voz do Sertão - Patativa do Assaré foi a voz não só do sertanejo nordestino e dos trabalhadores rurais; mas de todos os injustiçados, marginalizados e oprimidos. Sua poesia, embora enraizada no sertão nordestino, é ao mesmo tempo universal por representar o sentimento de uma classe social com a autenticidade de quem é ‘do povo’. Além de poeta popular, foi cantador, violeiro, improvisador, poeta de bancada e também escreveu cordéis (apesar de não se considerar um "cordelista").
Obteve popularidade a nível nacional, possuindo diversas premiações, títulos e homenagens (tendo sido nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa). No entanto, afirmava nunca ter buscado a fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão de seus versos. Patativa nunca deixou de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou (Cariri) no interior do Ceará. Seu trabalho se distingue pela marcante característica da oralidade. Seus poemas eram feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. Daí o impressionante poder de memória de Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade.
A transcrição de sua obra para os meios gráficos perde boa parte da significação expressa por meios não-verbais (voz, entonação, pausas, ritmo, pigarro e a linguagem corporal através de expressões faciais, gestos) que realçam características expressas somente no ato performático (como ironia, veemência, hesitação etc). A complexidade da obra de Patativa é evidente também pela sua capacidade de criar versos tanto nos moldes camonianos (inclusive sonetos na forma clássica), como poesia de rima e métrica populares (por exemplo, a décima e a sextilha nordestina). Ele próprio diferenciava seus versos feitos em linguagem culta daqueles em linguagem do dia-a-dia (denominada por ele de poesia "matuta").
Patativa transitava entre ambos os campos com uma facilidade camaleônica e capacidade criadora e intelectual ainda não totalmente compreendidas pelo meio acadêmico. Sua obra, de dimensão tanto estética quanto política, aborda diferentes temas e possui outras vertentes além da social/militante; como a telúrica, religiosa, filosófica, lírica, humorística/irônica, motes/glosas, entre outras. As múltiplas tentativas de categorização da obra de Patativa do Assaré (muitas vezes subjetivas e sem base teórica) expõem falhas inerentes dos próprios parâmetros de julgamento.
Estes, na maior parte, baseados em pressuposições e preconceitos que levam a dois extremos: a representação idealizada do mito, a exclusão pela classe social, nível de escolaridade etc.

Teatro



Cia Ortaet comemora 10 anos
Divulgar, trabalhar e tentar viver de teatro. Esse é um dos principais dilemas dos artistas que fazem da arte teatral uma bandeira. E no interior a situação se torna muito mais complicada por diversos fatores.
A Cia Ortaet de Teatro é um exemplo dessa dedicação e resistência. Desde o início dessa semana, segunda-feira, 19, foi iniciada a programação de comemoração dos 10 anos de criação da trupe. Todo o elenco do Grupo Parque de Teatro, da cidade de Aquiraz, esteve se apresentando do teatro do Sesc Iguatu. “Com essa apresentação, abrimos nossas comemorações que acontecerão até o mês de abril. Mês do nosso aniversário. E essa companhia estará de volta com a peça O Mistério da Cascata. Que é também muito mais divertida”, ressaltou o diretor e ator da Cia Ortaet, José Filho, falando também da participação do Grupo Ninho de Teatro, de Juazeiro do Norte.
Amanhã, domingo, 25, acontece a pré-estréia da peça ‘Jogo da Velha’, com a Cia Ortaet. Esse evento acontece no Teatro Municipal Pedro Lima Verde a partir das 20h. “Em março, dando sequência a programação, estaremos com o espetáculo infantil Alice. E em abril todos os elencos dessas peças estarão reunidos se apresentando para o nosso público em apresentações especiais em vários locais da cidade, tanto em bairros mais distantes como em alguns distritos. Essa idéia é levar a cultura para quem não tem acesso. Também estaremos pelo centro comercial, em hospitais, nas alas infantis”, destacou José Filho.
Hoje a Cia Ortaet é um dos grupos de teatro mais respeitados em Iguatu. “Não vejo isso assim também, mas buscamos continuar organizado. Mesmo de uma forma tímida a gente nunca parou. Não deixamos de participar dos festivais. Ano passado participamos na Paraíba, Festival do Sesc. Temos permanecido ativos. E com isso nós firmamos nosso grupo. Temos dez anos de atividades, ficamos muitas vezes por fora”, disse.
Em relação à atualidade, José Filho falou sobre novos rumos em relação ao apoio da cultura local. “Ainda é pouco, mas já notamos que está existindo uma sensibilidade por parte dos gestores público e privado. A abertura do teatro municipal vem consolidar ainda mais nossa arte. Porque temos o espaço e não tem porque os grupos não estarem organizados e se apresentando.”
Ele estendeu o convite a todas as pessoas para prestigiarem a apresentação da pré-estréia amanhã. “A gente conseguiu o espaço e respeito das pessoas. Além da companhia, temos a Associação Ortaet de Teatro que desenvolve um trabalho social voltado para as pessoas mais carentes e todos que apreciem e gostem de teatro. Trabalhos com oficinas, palestras, tanto na teoria quanto na prática”.


Foto:Divulgação
Encenação da peça A última estação