domingo, 15 de março de 2009

Notícias: Em Brasília, poucos manifestantes tiram a roupa em frente ao Congresso na Pedalada Pelada

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Em Brasília, cerca de 20 pessoas participaram da Pedalada Pelada ou World Naked Bike Ride, como o movimento é conhecido mundialmente.Ciclistas que vão ao trabalho, à faculdade, ou em outras atividades quotidianas de bicicleta, se reuniram em frente ao Conjunto Cultural da República e desceram a Esplanada dos Ministérios para se manifestar contra a falta de respeito e espaço no trânsito das grandes cidades e lembrar aos motoristas que, quem pedala, anda desprotegido.Diante do Congresso Nacional alguns tiveram coragem e tiraram as roupas para protestar, conforme a idéia original do evento, enquanto a maioria acompanhou apenas erguendo as bicicletas.“A Pedalada Pelada é para mostrar que existe um corpo sensível em cima da bicicleta, que não é uma máquina”, explicou Fernanda Rachid, educadora, que acompanhou o marido e a filha Helena, de um ano e meio, no protesto. O casal disse que vai diariamente para o trabalho de bicicleta e usa esse mesmo meio de transporte para levar a pequena Helena para a escola.“Nós usamos sempre capacete, sinalizadores, andamos pela direita, fazemos tudo direitinho. Mas, mesmo assim, ônibus e carros passam colados e nós sentimos o perigo. Só levamos a Helena assim porque o caminho para a escola dela é bem tranqüilo”, explicou o pai, Thiago Paes.Também presente na concentração da Pedalada, Miro Cândido disse que prefere rodar os 39 quilômetros que separam a casa dele do trabalho, a ir de transporte coletivo. “Se ainda houvesse metrô para lá poderia ser. Mas de ônibus, em Brasília, é impraticável, você pode ficar de meia hora até uma hora esperando na parada”, explicou, reclamando dos atrasos constantes e da alta lotação do principal transporte coletivo da capital do país.Segundo Miro, há dois anos ele percorre o trajeto para o trabalho de bicicleta e é justamente dentro do Plano Piloto, na parte planejada da cidade, que o perigo é maior para o ciclista. “Em quase todo o percurso há acostamento largo, então o perigo é menor. Mas quando entro no Eixão [via de velocidade limitada a 80 km/h, que corta a cidade no sentido norte/sul] não há acostamento, a velocidade dos carros é muito alta e eles passam muito próximos”, explicou.Além das reclamações sobre a agressividade dos motoristas, que geralmente não respeitam a distância de um metro e meio do ciclista, os participantes da Pedalada Pelada também lembraram o excesso de veículos motorizados no trânsito e a poluição que eles causam. “Um Carro a Menos” era uma das principais frases escritas nas costas dos manifestantes. O evento surgiu na Europa, onde também ocorreram protestos hoje. Em São Paulo a presença de policiais inibiu o protesto e os manifestantes prefiriram usar roupas de praia.
Mariana Jungmann Repórter da Agência Brasil

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