O consumo de bebida alcoólica entre as mulheres vem crescendo a cada dia. Recente pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde mostra que enquanto, em 2006, 8,2% das entrevistadas admitiram exagerar na bebida, em 2010, 10,6% afirmaram ter tal hábito. O problema incomoda, não apenas pelo fato do crescimento do consumo, mas também porque nas mulheres os efeitos do álcool podem ser mais noviços do que nos homens. O álcool se mistura facilmente com a água do corpo, e como as mulheres possuem proporcionalmente menos água do que os homens, a concentração e os efeitos da bebida, bem como os riscos à saúde, acabam sendo maiores. “Estudos científicos apontam que, nas mulheres, o uso de álcool está associado ao desenvolvimento de câncer de mama, principalmente quando combinado ao uso de reposição hormonal na pós-menopausa, por exemplo. Sob o efeito de bebida, as mulheres ainda podem ficar suscetíveis a abusos sexuais e fazer sexo desprotegido, além de efeitos negativos sobre o casamento e no desenvolvimento dos filhos”, explica a psiquiatra e coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), Camila Magalhães Silveira.
Os motivos que levam homens e mulheres a beberem também são diferentes. De acordo com a coordenadora do CISA, um estudo realizado com universitários (entre 18 e 25 anos, idade em que se inicia o uso de álcool), sugeriu que, nas mulheres, os indicadores de problemas relacionados ao consumo de bebida alcoólica estão mais fortemente ligados à esfera afetiva (bebem para lidar com situações estressantes ou para aliviar sintomas depressivos), enquanto o uso de álcool entre os homens estaria mais associado a motivações sociais (beber em festas ou na companhia de amigos, para ser aceito por amigos ou pelo grupo). Para ambos os gêneros, também se verificou que bebem motivados pelos efeitos “eufóricos” do álcool.
Síndrome Fetal Alcoólica - Outro hábito preocupante entre as mulheres é o consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez. Em decorrência deste comportamento, tanto a saúde do feto como a da mãe podem sofrer efeitos negativos, uma vez que o álcool atravessa a placenta. Entre as consequências, a mais grave e comum é a Síndrome Fetal Alcoólica (SFA), apontada como a maior causa evitável de retardo mental em crianças. “O uso de álcool durante a gravidez pode trazer inúmeros problemas para o bebê, incluindo hiperatividade e déficits de atenção, aprendizado e memória. Diversos fatores podem contribuir para o surgimento de problemas no feto: padrão de consumo de álcool, metabolismo materno, suscetibilidade genética, período da gestação em que o álcool foi consumido e vulnerabilidade das diferentes regiões cerebrais da criança”, finaliza a especialista. Preocupado com esse fator, o CISA firmou parceria com Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) para também disponibilizar em seu site o livro “Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-Nascido”, elaborado pela SPSP e que apresenta os riscos ao consumir álcool.
Sobre o CISA - O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, organização não governamental criada em 2004 pelo psiquiatra e especialista em dependência química Dr. Arthur Guerra de Andrade, é hoje a maior fonte de informações no país sobre o binômio álcool e saúde. Por meio de seu website (www.cisa.org.br), o CISA dispõe de um banco de dados com mais de 1.600 títulos, desde publicações científicas reconhecidas nacional e internacionalmente, dados oficiais, até notícias publicadas em jornais e revistas destinados ao público em geral. Além de estar comprometido com o avanço do conhecimento na área de saúde e álcool, o CISA também atua na prevenção do abuso e nos problemas do uso indevido da substância, por meio de parcerias e elaboração de materiais de apoio a pais e educadores.
Aline Veríssimo
Responsável pela célula de Consumo e Saúde
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