
Dilma ganhou nova projeção política depois que passou a ser apontada como provável candidata do PT à presidência em 2010. A própria ministra fez questão de dar a notícia de que está fazendo tratamento contra um câncer. E afirmou que não vai parar de trabalhar.
"Há mais ou menos 20, 30 dias eu estive aqui fazendo exames normais, os exames usuais. A partir desses exames foi constatada a existencia de um gânglio (...) na minha axila. Esse gânglio foi objeto de um procedimento ambulatorial que foi extraído e uma série de exames complementares não detectou outro foco no meu organismo", ressaltou ela.
O cardiologista Roberto Calil, que também é o médico do presidente Lula e do vice, José Alencar, explicou que o nódulo foi descoberto durante uma tomografia de rotina do coração.
"A ministra passou por uma tomografia, uma tomografia das coronárias para ver a situação do coração. E, ao mesmo tempo, você consegue ver pulmão e consegue ver o tórax. Nesse momento, por acaso, (em) uma chapa adicional, foi visto esse nódulo de 2,5 centímetros", explicou o cardiologista.
Cirurgia
O tumor de 2,5 centímetros estava localizado sob a axila esquerda da ministra Dilma. A biópsia confirmou: era um linfoma, que é o câncer dos gânglios linfáticos - o sistema que faz parte da defesa do nosso organismo e ajuda a combater as infecções.

A hematologista Yana Novis explicou que a ministra tinha um lifoma em estágio inicial e que o único nódulo foi retirado. Ela afirmou que o linfoma estava no "primeiro estágio".
Os linfomas são classificados em quatro estágios. De 1 a 4. O estágio 1 é o mais inicial de todos. O tumor foi retirado numa cirurgia rápida, três semanas atrás.
"(Durou) uns 45 minutos de cirurgia. A minsitra ficou sedada, logo depois ela acordou e no mesmo dia ela voltou às atividades. Tinha reunião em Brasília, voltou a trabahar normalmente", frisou Calil.
Mesmo tendo retirado o tumor, por segurança, a ministra terá que fazer quimioterapia. O tratamento vai durar quatro meses. São seis sessões de até três horas cada uma, com intervalos de três semanas entre uma e outra. A ministra já está usando um cateter, um tubo que está implantado sob o braço dela. E é através desse cateter é que os médicos vão injetar os remédios. "A ministra tem veias difíceis de puncionar, não tem uma rede venosa de fácil acesso. E esse cateter facilita muito", ressalta Yana.
Os médicos acham que os efeitos colaterais da quimioterapia serão mínimos. E sobre a possibilidade de os cabelos da ministra caírem, eles dizem que depende de cada pessoa. "O meu ainda não caiu, como vocês podem ver", disse Dilma.
Chances de cura
Após o termino das sessões de quimioterapia, a ministra terá que se submeter a exames periódicos de controle. A quantidade de exames vai depender, segundo os médicos, da evolução do tratamento.
"Se me permite dizer, a dra. Yana deixou claro que esse é um linfoma que por sorte, (...) pela ministra estar fazendo os exames periodicamente, foi detectado no estágio mais inicial possível. Então, a chance de cura é altíssima, nessa situação", afirmou o oncologista Paulo Hoff.
"O estágio 1, não existe estágio mais precoce do que esse. (...) Então as perspectivas são excelentes de cura da ministra. É mais de 90% de chance de cura. É tão alto quanto é possível nessa doença", explicou o médico.
Prevenção
Durante a coletiva, a ministra fez questão de dar o seu exemplo para mostrar a importância dos exames preventivos de saúde.
“Vim aqui avaliar o que a gente faz normalmente, um check-up. E, ao detectar (a doença), consegui localizar num estágio bem inicial”, lembrou. “Eu não tinha nenhum sintoma, daí a importância, daí a gente aproveita essa oportunidade para falar para as pessoas que as pessoas têm que fazer prevenção.”
Dilma Rousseff não pretende mudar sua rotina por causa da doença. “Mas eu queria dizer para vocês que eu estou certa que vai ser algo que será superado, nós nos próximos dias. A gente vai ter contato e vocês verão que o meu ritmo de trabalho não vai ter nenhuma diminuição.”
Fonte: G1
Fotos: Divulgação
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